segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

CIDADES ACESSÍVEIS PARA TODOS - MOVIMENTO CONVIVA

Boa noite,
Essa semana disponibilizaremos para vocês uma matéria sobre acessibilidade no Brasil. Segue abaixo, um trecho da matéria:

O escritório DUCA, que tornou acessível o McDonald’s situado no cruzamento da Av. Henrique Schaumann com a Av. Rebouças, sofre preconceito ao apresentar seu trabalho às empresas. “Eles falam que não têm interesse em se adequar, porque lá não tem clientes deficientes que freqüentam o estabelecimento. E sempre falo: ‘justamente, não frequentam porque não tem acesso’”, conta Camila. “Os clientes têm que perceber que, além da importância da opinião pública, da sociedade civil, há também os direitos do cidadão – que devem ser respeitados e cumpridos”.

Para quem se interessou e gostaria de saber mais, aqui vai o link da matéria completa: http://movimentoconviva.com.br/cidades-acessiveis-para-todos/
Espero que vocês gostem :)
Beijos

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Turismo acessível de verdade

Boa noite,
O post dessa semana é sobre um Congresso de Acessibilidade em Montreal.
Destinations For All Summit 2014, em Montreal, foi sensacional. Agora sim vi realmente como o turismo acessível move o mundo, mexe com o mundo e age pelo mundo.
 Até então, entendia, vivenciava e me encantava com o tema por meio de estudos, pesquisas e viagens. Mas este congresso permitiu ver e ouvir gente do mundo todo trabalhando, pensando, refletindo, questionando ensinando, trocando experiências e fazendo turismo acessível na prática.
Éramos mais de 350 pessoas envolvidas, um enorme sucesso, todos com  o objetivo de desenvolver e implementar padrões internacionais para lutar por um mundo acessível para todos. Além do aprendizado intenso, fiz novos amigos espetaculares.
Simplesmente viajei confortavelmente pelo mundo sem sair do lugar e vi que o segmento de turismo acessível é um negócio sério, comprovado por números, que envolve pessoas do mundo inteiro. Este congresso fez com que eu caminhasse anos-luz sobre o tema na minha vida. 
Segue aqui também, o link do site do Congresso para quem quiser mais informações:
Espero que vcs curtam!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Mais um pouco do Lançamento do Guia de Acessibilidade Cultural - 2a Edição

Boa noite pessoal,
No post dessa semana contaremos para vocês um pouco mais do evento que ocorreu na última Sexta. O evento começou as 14h, com uma sessão de cinema do filme " Hoje eu quero Sair Sozinho " no Cine Sabesp, que também possuía audiodescrição para deficientes visuais, logo em seguida aconteceu o lançamento em que a deputada Mara Gabrilli montou uma mesa redonda, com várias autoridades, entre elas Roberto Beleza, presidente da SPTurs, Billy Saga da ONG Mais Superação, a secretária estadual Linamara Batista e também a secretária municipal Mariane Pinotti. Cada um discursou sobre como a acessibilidade está ligada à sua área de atuação, porém todos focalizaram a importância da acessibilidade na cidade de São Paulo.

O Instituto Mara GabrilliSite externo. lançará hoje (5/12) a Segunda edição do Guia de Acessibilidade Cultural da cidade de São PauloSite externo.. O material é um resumo da avaliação de cerca de 320 equipamentos culturais da capital, entre bibliotecas, museus, cinemas, casas de espetáculos, teatros e centros culturais. Em cada um deles, foram considerados itens como: acessibilidade física; acesso a informações; acesso ao conteúdo e mediação; e propostas inclusivas.
A publicação já está disponível na internet, no site da iniciativaSite externo., totalmente acessível para pessoas com deficiência, e também será distribuída para Secretarias Estaduais ligadas a Cultura, Educação, Turismo, instituições e órgãos do governo ligados à temática da deficiência, sempre acompanhada com um audiolivro.
Tanto o guia impresso quanto o site foram produzidos pela Espiral InterativaSite externo., mantenedora do Vida Mais Livre, com informações do Instituto Mara Gabrilli.
Nesta segunda edição a arquiteta Sílvia Arruda, participou da execução do Guia de Acessibilidade Cultural, como colaboradora visitando vários locais e verificando se a acessibilidade estava correta.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Lançamento do Guia de Acessibilidade - 2a Edição - Instituto Mara Gabrilli ( IMG)

Olá pessoal, boa noite,
Como alguns sabem, há um ano foi lançada a primeira edição do Guia de Acessibilidade Cultural de São Paulo, desenvolvido pelo Instituto Mara Gabrilli - IMG
O Guia conta com vários locais acessíveis para deficientes em geral, desde  teatros, passando por cinemas e museus.
Nesta segunda edição, o Guia foi ampliado, pois de um ano para cá, muitos locais ganharam acessibilidade, facilitando o acesso da população paulistana que possui alguma deficiência. Na segunda edição foi acrescentado, o Museu da Lâmpada, que é um lugar muito interessante e completamente acessível, vale a pena conferir!
A 2a edição do Guia de Acessibilidade Cultural será lançada no próximo dia 05 de Dezembro.
http://acessibilidadecultural.com.br/

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Europa: gentileza gera gentileza no trânsito.

Olá pessoal, boa noite
Segue o post da semana:
 
Após 7 meses de pedal e quase 9 mil quilômetros rodados por 9 países europeus, agora de volta ao Brasil é chegada a hora de fazer aquele “resumão” da viagem e tentar compartilhar as impressões gerais que tive nesse período, principalmente no que tange a mobilidade humana.

O simples fato de poder atravessar boa parte da Europa ocidental utilizando apenas a bicicleta já diz muita coisa, mas ficar só nisso seria manter uma discussão muito superficial. Não poderia seguir com este texto sem tentar entender o que realmente possibilita que uma pequena formiga como eu consiga se deslocar sozinho tão facilmente por tamanha distância, em um ambiente estranho e cultura extremamente diversa da nossa, com diferenças linguísticas, no relevo e no clima, com uma moeda supervalorizada em relação ao real, entre tantas outras novidades.

Já nos primeiros quilômetros, pedalados em território holandês, comecei a acreditar que a infraestrutura cicloviária era o principal fator que levava aquela região a ter uma cultura ciclística tão forte. Em algumas partes do país, novos loteamentos estão sendo construídos onde antes era o mar, uma prática comum na Holanda há muitas décadas, e o que se vê muitas vezes é a implementação de ciclovias e calçadas antes mesmo da pavimentação das ruas. Claro que não é assim em toda parte, mas esse exemplo só poderia existir em uma sociedade que entende a importância do pedestre e do ciclista em sua dinâmica.

Com o tempo e as distâncias percorridas, comecei a notar a forte presença dos trens, dos VLTs, de uma infinidade de canais navegáveis e de uma rede de ciclorrotas capaz de me conduzir por muitos quilômetros de bicicleta, sem me fazer gastar nenhum centavo para isso.

Aos poucos minha euforia com relação à estrutura cicloviária do país foi passando e eu já podia enxergar o óbvio: a bicicleta era apenas um dos modais, que assim como os outros, dotada de ótima infraestrutura e grande demanda por parte dos cidadãos. Então comecei a entender que o buraco era mais embaixo, ou seja, não é apenas a bicicleta que é levada a sério, mas o transporte como um todo, seja ele coletivo ou individual, público ou privado.

Em poucos dias de pedal já entrava na Alemanha e mesmo após cruzar a fronteira, o impacto não foi muito grande. Claro que a língua mudou, assim como mudou a arquitetura, os produtos nas prateleiras do supermercado entre tantas outras coisas, mas o conforto e a segurança ao pedalar, continuaram em alto nível. Entrei no novo país pela região chamada Renânia do Norte-Vestfália (Nordrhein-Westfalen), passando pela Baixa-Saxônia (Niedersachsen), Bremen (Bremen), Hamburgo (Hamburg),
Fiz boa parte dos deslocamentos neste país por pequenas estradas cortando fazendas, compartilhadas entre tratores e bicicletas, sempre muito bem sinalizadas. Algumas vezes cheguei a pegar estradas de rodagem, junto com carros de passeio, traillers, ônibus e caminhões com limite de velocidade de 60, 70 ou 80 km/h, permitidas para ciclistas, de vez em quando sem acostamento. Assim mesmo a viagem era tranquila, os motoristas respeitam demais os ciclistas e em nenhum momento me senti ameaçado. Assim foi também na República Tcheca e antes mesmo de entrar na Áustria estava tudo mais claro: nos países por onde pedalara, os motoristas não são apenas condutores que respeitam os ciclistas e outros condutores, mas pessoas que respeitam pessoas. Ouvi da boca de moradores das cidades pelas quais passei até ali que no trânsito eles jamais tomam atitudes que possam colocar outros indivíduos em risco.

Concomitante ao comportamento mais gentil no trânsito, notei uma presença muito grande de crianças, idosos e cadeirantes nas ruas, calçadas, no comércio e praças, ora sozinhos, ora acompanhados, mas sempre em condições de acessar equipamentos públicos sem depender de ninguém. Então ficou claro que a gentileza no trânsito e a infraestrutura que estes países construíram só foram possíveis com o respeito ao indivíduo e suas necessidades, e não apenas iniciativas voltadas a um pequeno grupo, mas para o maior número possível de pessoas. Assim eu consegui entender que a Educação no Trânsito que estava vendo agora não era resultado de uma cartilha bem elaborada, campanhas de conscientização ou um sistema de avaliação absurdo para conseguir uma habilitação, e sim do comportamento dos indivíduos com relação aos outros e ao espaço que estão inseridos, neste caso as ruas.

Poderia me alongar muito na discussão da valorização da vida, do respeito ao próximo e da fundamental importância que estes fatores têm na dinâmica de qualquer cidade, mas certamente este é um assunto que merece muito mais reflexão. Agora sei que estas são as premissas básicas para a construção de um ambiente coletivo, sem as quais não existe infraestrutura capaz de suprir sua deficiência, e lamento que muitos aqui no Brasil ainda não tenham percebido isso. Nesse sentido é quase impossível fazer uma comparação de cidades europeias com os centros urbanos brasileiros, já que não partimos das mesmas premissas; e banana se compara com banana, laranja com laranja. Mas se não podemos comparar as cidades brasileiras com as europeias, que tal colocarmos em foco o nosso comportamento, principalmente quando dividimos com outros o espaço, seja ele público ou privado?

É a partir desse conceito que entendi a ocupação do espaço público e a mobilidade humana nestes meses de viagem. Em maior ou menor escala o compartilhamento das vias, o respeito aos pedestres e outros pontos fundamentais na construção de uma sociedade inclusiva se repetiam também na Áustria, Suíça, França. Espanha, Itália e Portugal, embora um pouco menos nestes dois últimos países. A idéia de um espaço construído para atender às necessidades das pessoas e o entendimento da coisa pública como algo de todos explica, pelo menos em parte, o sucesso de cada um dos modelos de transporte público, que não deve ser medido exclusivamente pela redução do tempo de deslocamento, como vemos muitas vezes por aqui.

Atravessei a Áustria e entrei pelo sul da Alemanha, seguindo o rio Danúbio, passando por Munique e chegando ao Bodensee, onde cheguei na Suíça. O nível de organização suíço, considerando a infraestrutura e a sinalização, não tinham precedentes nesta viagem até o momento. Engraçado viajar por um país tão pequeno com um território super fragmentado, onde em uma parte se fala alemão, na outra o italiano, além do francês e uma pequena faixa onde se fala o romanche. Assim mesmo o país tem uma unidade muito forte, especialmente no que respeita ao transporte e à qualidade de vida. Depois disso entrei na Itália e logo me sentia como se estivesse muito próximo do Brasil, sensação que se repetiria em Portugal. Tanto os italianos quanto os portugueses são extremamente apressados e salvo alguma exceção, são tão imprudentes no trânsito como nós, brasileiros.

Poderia dizer que este é um comportamento típico dos povos de origem latina, mas seria uma injsutiça com a França e a Espanha, que não oferecem as mesmas condições para pedalar do que a Holanda, Suíça e Alemanha, por exemplo, mas ainda assim estão anos luz à frente de Portugal e Itália. A França não chega a ser completamente ciclável, mas o povo francês é respeitoso, principalmente no que se refere às liberdades individuais e aos direitos humanos. O respeito ao próximo é onipresente, ou se existe algum tipo de preconceito ele é bem disfarçado. Fato é que passei pelas regiões do Vale do Jura, Borgonha, Ile de France, Central, Pays de la Loire, Poitou Charentes, Aquitânia, Midi-Pirineus e Languedoc Roussilon e além de pedalar bons trechos por ciclovias ou rotas ao longo de rios e canais, quando tive que pegar estradas não encontrei nenhum problema. Em menor escala, isso aconteceu também na Espanha, onde passei pela Catalunha, Aragón, La Rioja, Castilla y Leon e finalmente a Galícia, antes de chegar em Portugal.

Foi somente quando cheguei à Galícia, onde a língua e os costumes do povo local são muito mais parecidos com os de Portugal do que da Espanha, é que passei a sentir uma certa agressividade no trânsito, o que na minha opinião é mais desgastante do que subir uma montanha dos Alpes ou dos Pirineus. Pedalar em um ambiente onde você se sente ameaçado o tempo todo cansa, gera uma tensão enorme nos braços, nos ombros e nas costas, além da pressão psicológica e do medo. Falo por experiência própria, é mais fácil subir uma grande inclinação quando você está tranquilo e seguro do que pedalar por pequenas elevações sentindo que a qualquer momento alguém vai jogar toneladas de metal em cima de você!

Chegando em Portugal, a sensação é que eu estava mesmo me preparando para voltar ao Brasil. Ainda é mais fácil pegar a estrada de bicicleta em terras lusitanas do que no nosso país tropical, mas assim mesmo não é seguro. Até aquele momento não me lembrava de ouvir buzinas e xingamentos de motoristas que não queriam dividir seu espaço com ciclistas, mas em Portugal eu ouvi. De certa forma me senti um pouco em casa, e sabia que não só por uma questão linguística ou geográfica, mas lá no fundo eu estava mais próximo do Brasil. Seria leviano dizer que nosso comportamento nas ruas é uma herança da colonização, mas qualquer semelhança também não pode ser considerada coincidência. Após todos estes meses viajando sozinho, em contato direto com o ambiente e com as pessoas, tive muito tempo para refletir, e cheguei à conclusão de que se não temos recursos, tecnologia ou infraestrutura capaz de suprir nossas necessidades, podemos pelo menos começar com o mais importante: o respeito ao próximo e o compartilhamento saudável das vias.
 Por: Eduardo de Souza Dias, mais conhecido como Du Dias

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cidades saudáveis – o exemplo de Londres



Há cerca de dois meses, fui convidada pela Prefeitura de Londres para participar da sétima edição do evento internacional Fit Cities, cuja proposta é discutir com profissionais de diversas áreas – arquitetos, urbanistas, designers e profissionais de saúde pública – os meios de tornar as cidades mais favoráveis à qualidade de vida da população.

O escopo da discussão é a criação de políticas públicas e o planejamento de cidades, de modo que favoreçam a mobilidade urbana e a saúde dos cidadãos. Isso porque muitos projetos arquitetônicos e urbanísticos podem ajudar a prevenir doenças. Como?

Segundo pesquisa realizada por um grupo londrino de saúde pública, o transporte de qualidade, aliado a boas calçadas, podem estimular as pessoas a caminharem para seus destinos de trabalho ou educação, e assim favorecer sua saúde. A redução de doenças do coração foi um dos maiores índices alcançados. Mas estudos recentes já mostraram que alguns fatores de risco ligados ao câncer podem ser prevenidos incorporando à rotina uma hora de caminhada diária.

A União Europeia, por exemplo, tem se utilizado muito do conceito de “Health Inequalities” (desigualdades na saúde). Isso significa que, entre grupos, populações ou indivíduos, existem desigualdades em seu estado de saúde que são injustas e podem ser evitadas. Essas diferenças existem por causa de questões sociais, ambientais e econômicas, que podem ampliar o risco de incidência de algumas doenças em populações mais vulneráveis, por falta de ações de prevenção ou mesmo de oportunidades de acesso aos tratamentos corretos. Ou seja, o fator de risco de determinadas patologias está no próprio meio.

Podemos fazer um paralelo da situação das pessoas com deficiência no Brasil, onde a carência de centros de habilitação e reabilitação, somada à falta de planejamento urbano, fazem com que os brasileiros com alguma deficiência tenham um quadro de saúde mais vulnerável que o da população em geral.

Para atender bem a esse enorme contingente, que hoje corresponde a cerca de 23% da população, é preciso investir em políticas públicas que integrem várias áreas de interesse da população: saúde, trabalho, lazer, educação, cultura. Todas essas políticas públicas se co-relacionam à mobilidade urbana, se levarmos em consideração que para ter acesso a qualquer uma delas, o cidadão precisa, no mínimo, de passeio e transporte público em boas condições de uso. A saúde, a autonomia e a dignidade passeiam, literalmente, pelo direito de ir e vir.

Em Londres, as calçadas são padronizadas, planas e amplas, e contam também com extensas guias rebaixadas que comportam duas ou mais cadeiras de rodas simultaneamente. Para os londrinos, as calçadas são como o “centro da nossa vida diária e econômica”. Por isso, a Prefeitura investiu nos últimos anos cerca de 250 milhões de libras (algo em torno de 800 milhões de reais) para melhorias em 90 ruas principais e estratégicas, além de firmar parcerias com a iniciativa privada e com o comércio local para a revitalização de 600 ruas.

Na Câmara Federal, protocolei um projeto de Lei que altera os dispositivos do Estatuto da Cidade, que dizem respeito às atribuições da União no campo da política urbana. A ideia é incluir, entre as tarefas da esfera federal, por iniciativa própria e em conjunto com os entes federados, a melhoria dos passeios, logradouros públicos e dos equipamentos urbanos de todo o Brasil, criando-se assim, um Plano Nacional de Calçadas.

Para se ter uma ideia, em São Paulo, capital mais importante do País, dos mais de 30 mil km de calçadas, apenas 500 km estão em boas condições de uso. A frota de ônibus da Prefeitura conta com aproximadamente 15.000 carros. Destes, apenas 8.500 são adaptados para pessoas com deficiência. Em Londres, 100% da frota é acessível à diversidade humana.

Hoje, cerca de 23 milhões de brasileiros possuem mais de 65 anos, o que equivale a 10% de nossa população. O número corresponde a toda  população de Moçambique e Angola. Ou ainda, quatro vezes a população da Croácia e duas vezes a população de Portugal.

Essas mesmas pessoas, que tanto contribuíram para a construção das cidades, são as maiores vitimas de acidentes por quedas nas calçadas. Aliás, queda é considerada acidente de trânsito e hoje representa 15% do total desses incidentes. Quer prova maior de que não investir em mobilidade urbana acarreta custos mais altos para a saúde?

Espaços bem cuidados refletem diretamente na saúde da população, no orçamento público em geral e no cartão postal do nosso País. Esperamos que nos próximos eventos sediados no Brasil, Londres sirva não apenas de exemplo por ter realizado Jogos Olímpicos bem estruturados, mas inspire nossos gestores a ter mais cuidado e respeito com as pessoas.




Por Mara Gabrilli via Blog Mobilize

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Chicago: Uma cidade modelo nos EUA

Olá, boa tarde,
Vamos ao post da semana?
" É gratificante estar em uma cidade que te acolhe maravilhosamente bem. Dá uma liberdade difícil de explicar, mas incrível de sentir.
Saborear toda a arquitetura sem se preocupar se cairá em buracos ou mesmo ter que desviar deles o tempo todo. Saber que ao apertar um botão ou chegar perto as portas se abrem para você entrar em locais para tomar café, almoçar ou jantar, ter banheiro adaptado, elevadores que abrem dos dois lados evitar manobras, rampas em todos os cantos, ir ao mercado, farmácia, lojas e afins sem se preocupar se irá passar pelos corredores, se irá poder olhar, pesquisar e procurar o que precisa confortavelmente.

Encarar a cidade de cabeça erguida porque você faz parte dela, andar de ônibus como se estivesse dentro de seu próprio carro. E o metrô? Acredita que há auxílio para entrar e sair do vagão? É a primeira vez que ando de metrô sozinha, pois eles colocam uma rampa para acessar e deixar o vagão.IMG_3164
Milalá

21
outubro
Publicado por Mila no dia 21 de outubro de 2014

É gratificante estar em uma cidade que te acolhe maravilhosamente bem. Dá uma liberdade difícil de explicar, mas incrível de sentir.
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Saborear toda a arquitetura sem se preocupar se cairá em buracos ou mesmo ter que desviar deles o tempo todo. Saber que ao apertar um botão ou chegar perto as portas se abrem para você entrar em locais para tomar café, almoçar ou jantar, ter banheiro adaptado, elevadores que abrem dos dois lados evitar manobras, rampas em todos os cantos, ir ao mercado, farmácia, lojas e afins sem se preocupar se irá passar pelos corredores, se irá poder olhar, pesquisar e procurar o que precisa confortavelmente.
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Encarar a cidade de cabeça erguida porque você faz parte dela, andar de ônibus como se estivesse dentro de seu próprio carro. E o metrô? Acredita que há auxílio para entrar e sair do vagão? É a primeira vez que ando de metrô sozinha, pois eles colocam uma rampa para acessar e deixar o vagão.
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É, pra gente que não está acostumado com estas coisas, é liberdade, uma felicidade inexplicável. Dá vontade de ficar o tempo todo na rua andando de lá pra cá. Claro que pra quem mora aqui sempre há o que melhorar, mas para quem tá de passagem isto tudo é um sonho e não dá nenhuma vontade de acordar!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Esperança para a Deficiência.

Olá pessoal, tudo bom?
Ontem assisti a uma matéria no Fantástico sobre célula - tronco. A matéria foi sobre Um homem que ficou paraplégico depois de um acidente e que finalmente tem a chance de realizar seu grande sonho: voltar a andar depois de uma cirurgia ( realizada por um médico polonês!) e alguns meses de tratamento. Para quem ainda não viu ou para quem viu, porém gostaria de rever, segue o link abaixo:
http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/edicoes/v/medico-consegue-devolver-sensibilidade-a-paraplegico/3737965/
Assistam e reflitam!
Ótima semana à todos!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Incapacidade X Deficiência - Por Lêda Lucia Spelta

Afinal, o Que é Acessibilidade?

Infelizmente, nada disso tem relação alguma com acessibilidade, ao menos por enquanto. Nós, que julgamos entender alguma coisa de acessibilidade (felizmente esse grupo está crescendo), falamos nos direitos de igualdade, cidadania e independência de velhinhos, grávidas, deficientes e pessoas que usam dispositivos esdrúxulos, ou se encontram em ambientes diferentes; falamos em leis, diretrizes e padrões nacionais e internacionais. Os mais aplicados dentre nós estudam usabilidade, Universal Designlink para um novo sitepadrões Weblink para um novo siteWCAGlink para um novo siteDAISYlink para um novo site, normas ANSIlink para um novo siteNISOlink para um novo siteISOlink para um novo siteABNT... Quando focamos nos resultados, falamos na ampliação do universo de clientes e usuários, que pode ser alcançada com a conquista desta grande fatia de mercado, formada por toda essa gente diferente.
Como vemos, em todos estes enfoques, a acessibilidade aparece como algo que tem a ver com pessoas que têm alguma deficiência ou necessidade especial. Mas será que acessibilidade é mesmo "só" isso?
Definições como a de "Ajudas técnicas" pressupõem uma clara separação das pessoas entre deficientes e não deficientes. Mas, na prática, como é que se faz esta separação?
Por exemplo, mesmo que uma pessoa seja totalmente cega de um dos olhos, se tiver visão "normal" no outro olho, não será considerada uma pessoa com baixa visão e não terá direito às ajudas e benefícios concedidos às pessoas com deficiências, pois, da maneira como nossa sociedade está organizada, esta pessoa continua podendo usar a visão para realizar atividades essenciais, tais como ler e se locomover. Imagino que, se a nossa principal atividade fosse a caça, talvez essa pessoa tivesse que ser considerada deficiente. Por outro lado, se as nossas placas e livros fossem escritos com letras maiores, menos pessoas seriam classificadas como deficientes visuais.
Quero dizer com isto que a deficiência e o seu grau de severidade dependem das atividades e dos recursos disponíveis em cada cultura. Os testes para avaliar uma deficiência visual, por exemplo, consideram o melhor olho, após a aplicação da melhor correção optica possível.
é por isso que a CIFlink para um novo site sabiamente diferencia os conceitos de "desvantagem" (handcap), "incapacidade" (disability) e "deficiência" (impairement), já que uma deficiência pode ou não causar uma incapacidade (dependendo do indivíduo e dos recursos disponíveis) e uma incapacidade pode ou não causar uma desvantagem (dependendo do contexto social). Por exemplo, uma pessoa que não tem uma das mãos (deficiência), dependendo de características individuais e dos recursos disponíveis, pode ter dificuldade ou não conseguir realizar tarefas da vida diária (incapacidade) e, dependendo do contexto social, pode ter dificuldade para encontrar um emprego (desvantagem). Quando desconsideramos esta perspectiva, saímos por aí rotulando as pessoas, como se o problema estivesse nelas e não na sua interação com o meio em que vivem.
Estamos criando um mundo extremamente hostil a uma grande quantidade de pessoas, porque elas não se encaixam em determinados padrões. E então saímos rotulando gente e tentando criar mecanismos compensatórios, para tentar consertar o que já começou errado; sem falar naqueles indivíduos desajustados que ficam sem "rótulo", por falta de sensibilidade humana e competência diagnóstica.
Como disse certa vez uma grande amiga (que não é deficiente), acerca da minha deficiência visual: "Você, pelo menos, tem uma deficiência que está aparente e, portanto, pode lutar para que ela seja respeitada e levada em consideração; porém, o que fazer, quando a gente tem alguma incapacidade que gera uma dificuldade para lidar com as coisas deste mundo, se esta dificuldade não tem um diagnóstico e não está aparente?"
Quando será que vamos parar de segregar as pessoas desta maneira, num total desrespeito às suas peculiaridades, necessidades e potencialidades individuais?

VII - Acessibilidade para Todos

Todos temos limitações visuais (ou não precisaríamos de lunetas, microscópios e telescópios), limitações auditivas (ou não teríamos amplificadores e estetoscópios), limitações da fala (ou dispensaríamos tradutores e intérpretes), limitações da locomoção (ou não existiriam carros, navios e aviões), limitações da motricidade (ou não inventaríamos ferramentas com cabos compridos, extensores, ganchos, prendedores, acionadores, dispositivos de segurança), limitações de comportamento (ou não haveriam atenuantes legais para crimes realizados em situações de stress ou de forte impacto emocional).
No dia em que cada ser humano tiver a exata noção da magnitude das suas próprias limitações, a nossa especialidade deixará de existir. Neste dia, quando alguém falar em acessibilidade, ninguém mais vai pensar num monte de gente esquisita, vivendo de maneira excêntrica. Acessibilidade fará parte do currículo de todas as profissões, será coisa do dia-a-dia de todas as pessoas e especialistas em acessibilidade e usabilidade seremos todos!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Alfasto Novo e calçada velha

Boa tarde,
Essa semana iremos tratar de um tópico imprescindível para a acessibilidade: as calçadas!!!
Segue o artigo da semana para vocês:

"O programa Asfalto Novo reflete o velho modelo rodoviarista ainda vigente no Distrito Federal. Caracterizado pela priorização do automóvel, o rodoviarismo foi abandonado há algumas décadas em cidades exemplares em mobilidade saudável. As cidades verdadeiramente modernas vêm restringindo o espaço dos carros e destinando-o para a circulação a pé e por bicicleta. Saem estacionamentos e viadutos, entram praças, calçadas e locais para lazer e convívio.

Anunciado como sinônimo de qualidade de vida, ao custo de 770 milhões de reais, o Asfalto Novo já recapeou inúmeras pistas da área central, mesmo aquelas com pavimento em boas condições. Enquanto isso, as calçadas, quando existem, continuam em estado de calamidade e não foram recapeadas. Para piorar, muitas calçadas e canteiros servem de estacionamento para carros e rampas de acesso são bloqueadas diariamente por carros estacionados.

A propaganda governamental na EPTG ressalta a construção de ciclovias e a qualidade de vida, em contraste com a triste realidade da via, onde a ciclovia jamais saiu do papel e tampouco existem calçadas. Para completar o cenário na “Linha Verde”, os ônibus ficam congestionados, enquanto muitos motoristas invadem o corredor de ônibus e o acostamento. Ainda assim, anunciou-se mais um projeto rodoviarista: um viaduto na entrada de Taguatinga. E a ciclovia da EPTG, prometida há alguns anos, continua sem prazo de entrega.

Mesmo as ciclovias construídas não significam mudança no modelo ultrapassado e apresentam falhas graves. Descontinuidade, com término abrupto em locais com alto risco de acidentes; falta de sinalização nos cruzamentos; falta de preferência aos ciclistas; ziguezagues e desvios no trajeto; falta de iluminação; problemas de drenagem; conflitos com pedestres; ausência de bicicletários. Para completar, faltam campanhas educativas de respeito e incentivo ao uso de bicicleta e fiscalização das reiteradas infrações motorizadas contra ciclistas, incluindo o bloqueio das novas ciclovias.

Curioso o fato de o governo local proclamar o Distrito Federal “referência nacional e internacional em ciclovias”. A propaganda recente afirma que a malha cicloviária se iguala à de Amsterdã e supera a de Copenhague. Esqueceram de comentar sobre a cultura ciclística e a qualidade das ciclovias e ciclofaixas. Naquelas cidades, mais de 30% dos deslocamentos para o trabalho são feitos de bicicleta. Por aqui, apesar da ausência de dados oficiais, pode-se afirmar que sequer chega a 0,1%. Lá, os cruzamentos são impecavelmente sinalizados e os ciclistas contam com preferência sobre os motorizados.
 E nas capitais europeias o carro perde cada vez mais espaço, especialmente na área central, onde são caras e escassas as vagas de estacionamento. Aqui, a lógica ainda favorece de forma escancarada o automóvel, com vagas gratuitas em área pública (não há estacionamento rotativo pago) e muitos estacionamentos informais, que ocupam canteiros, calçadas e outros espaços livres. Locais propícios ao lazer e à convivência tornam-se espaços sem vida, degradados pela circulação de carros. Chegou-se ao cúmulo de o governo propor a criação de 10 mil vagas ao rei automóvel no coração da cidade, em plena área tombada. Definitivamente, a proposta de estacionamento subterrâneo na Esplanada dos Ministérios já nasce ultrapassada.
O desafio na mobilidade urbana não se resume a obras. Mudanças culturais são fundamentais. Infelizmente, os investimentos no transporte coletivo e no uso de bicicleta ainda pressupõem como beneficiárias as classes desfavorecidas economicamente. Os gestores públicos ainda não se convenceram de que metrô, ônibus e bicicleta devem compor um sistema integrado e confiável a ser utilizado por todos, como forma alternativa ao automóvel. Emblemático que os governantes só usem o sistema de transporte público em inaugurações, quando os holofotes midiáticos se acendem. No dia a dia sombrio, ficam os usuários comuns reféns dos problemas de sempre: desconforto, insegurança e má-qualidade no serviço prestado.

A falta de sensibilização dos gestores públicos evidencia-se quando o próprio poder público desrespeita o espaço destinado a pedestres e ciclistas. Veículos a serviço do governo podem ser vistos com certa frequência sobre calçada, ciclovia e em outros locais proibidos. Passa-se, com essa atitude, a mensagem equivocada de que os motorizados têm prevalência sobre os que caminham e pedalam. O código de trânsito expressa exatamente o contrário: os motorizados devem zelar pela segurança dos não motorizados.

Sabe-se que a solução para o caos resultante da excessiva frota automotiva – que ultrapassa 1,5 milhão no DF – passa longe dos incentivos fiscais ao setor automotivo e da política de ampliação de vias e estacionamentos, que só contribuem para o aumento do caos urbano, num círculo vicioso que causa danos sociais, ambientais e econômicos. Aplicar recursos unicamente nos modos coletivos e saudáveis de locomoção é, sem dúvida, a alternativa mais sensata e racional. Aliás, a Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, expressa essa priorização, em detrimento do transporte individual motorizado. Falta, como de costume, pôr em prática, com planejamento e coerência, o que está previsto em lei

Boa leitura e ótima semana!


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Senado Acessível

Assistam ao vídeo da sessão de ontem no Plenário, quando pela primeira vez, em mais de 60 anos, um deputado cadeirante discursa direto da Mesa Diretora e não mais do chão. Tive a honra de inaugurar o espaço com a deputada Rosinha da Adefal e representar os mais de 45 milhões de brasileiros com deficiência.
https://www.facebook.com/video.php?v=736787079704535&set=vb.215275598522355&type=2&theater

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eleições Acessíveis?

A sua seção eleitoral é acessível? Você enfrentou alguma barreira arquitetônica para conseguir votar?
Nos conte através dos comentários desse post. :)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A calçada, você e o outro

Você já parou para pensar em como as calçadas têm ligação com as nossas vidas? Não só por nos ligar aos serviços e lugares que fazem parte de nossas histórias, mas por serem em sua essência um elo de concreto, que sob nossos pés, nos permite chegar ao outro. Na Avenida Paulista, cartão postal da capital paulista, entre empresas, bares, cinemas e tantos outros estabelecimentos, circulam mais de 450 mil pedestres por dias. Em cada pedaço do lugar é possível encontrar um mundo diferente de serviços e pessoas, coexistindo sobre o passeio universal da avenida. 

  Segundo o IBGE, 30% das viagens diárias realizadas em todo o País são feitas a pé. Por conta do alto custo do transporte público, andar não é apenas uma alternativa saudável, é também o meio mais econômico de se locomover e interagir com a cidade e quem faz parte dela.   

Pense, quantas pessoas você cruza apenas quando faz o seu caminho de casa ao trabalho? Mesmo que o seu trajeto seja realizado por transporte público ou próprio, por algum momento você precisou da calçada. E por um instante ela o conduziu a alguém.   

Longe dos centros urbanos, as calçadas também cumprem seu papel de promotora de encontros. Ao entardecer, é muito comum que as pessoas coloquem suas cadeiras nas calçadas para conversar, ver as crianças brincarem na rua. 

O morador precisa da calçada do vizinho para chegar até ele, seja para lhe fazer uma visita, pedir um favor, prestar socorro, jogar conversa fora, oferecer um carinho… Ainda há bairros onde as pessoas se reúnem durante a Copa para pintar as calçadas com as cores do país. Há demonstração mais prática de que a calçada solidifica a união entre pessoas?   
Dias desses, aproveitei o calor para fazer algo que adoro: fui jantar a pé em uma padaria próxima a minha casa.  No caminho, encontrei crianças, adultos, jovens, idosos, atletas… Uma diversidade de pessoas, cada uma a sua maneira, utilizando o espaço mais democrático que se pode existir em uma cidade.   

Agora, imagine a situação oposta, quando por falta de cuidados, a calçada perde seu papel benevolente de conectar pessoas. Você não encontrará um cadeirante ou um cego, por exemplo, transitando livremente pelo mesmo trecho que um pedestre sem deficiência, se neste local não existir um mínimo de condições de acessibilidade.

 Para muita gente, a calçada mal conservada representa um obstáculo, mas para outras pessoas ela simboliza uma barreira intransponível que lhes subtraem o direito de simplesmente fazer parte. No final de abril de 2012, o Mobilize publicou a campanha Calçadas do Brasil (http://www.mobilize.org.br/campanhas/calcadas-do-brasil/sobre), mostrando o resultado da avaliação de calçadas em 12 cidades brasileiras. Entre abril e julho do mesmo ano, com o apoio de voluntários, o estudo foi ampliado para a avaliação de 228 ruas em 39 cidades do país.

 O resultado ficou abaixo das expectativas e trouxe a nota média de 3,40, numa escala de zero a dez.   Também no ano passado, os Guardiões das Calçadas  (http://www.maragabrilli.com.br/guardioesdascalcadas/) vistoriaram cerca de 200 km de calçadas em São Paulo. Nas mais de 40 vistorias realizadas o que se viu foram muitos problemas e pouca participação dos órgãos responsáveis.   

Para este ano, o grupo formado por minha equipe de trabalho e alguns voluntários, farão as vistorias concentradas nas vias constantes do Decreto Municipal nº 49.544/08, que define as rotas emergenciais abrangidas pelo Plano Emergencial de Calçadas – PEC. Instituído pela Lei nº 14.675/08, o PEC é uma Lei de minha autoria enquanto vereadora de São Paulo. Hoje, dos 30 mil km de passeio, cerca de apenas 500 km foram reformados respeitando a legislação.  

 É importante lembrar que essa lei prevê que a Prefeitura seja responsável pela reforma das calçadas em todas as vias constantes do Decreto. 

São ruas que priorizam os focos geradores de maior circulação de pedestres, incluindo locais de prestação de serviços públicos e privados em todas as regiões da cidade de São Paulo, em sinergia com paradas ou estações para embarque e desembarque de passageiros em ônibus e metrô.   Ainda vale dizer que ao melhorar 10% dos acessos nesses pontos estratégicos, estamos melhorando 80% da mobilidade urbana de toda a cidade. O resultado dessa simples conta é menos trânsito, filas, acidentes, estresse e também solidão. 

Afinal, quando facilitamos acessos, chegar ao outro se torna mais fácil e natural.   Iniciativas como a do Mobilize Brasil e dos Guardiões das Calçadas mostram que tanto as cidades quanto as pessoas demandam cuidados, pois a condição do passeio público reflete diretamente no bem estar da população.   

Não é por acaso que muitos especialistas afirmam que a qualidade das calçadas é o melhor indicador de desenvolvimento humano, além de funcionar como um sensor para medir o nível de civilidade de um povo. 

Cuidar da própria calçada e cobrar por sua manutenção e reforma é um ato de cidadania que deflagra seu amor pela cidade e as pessoas – um encontro que você pode ajudar a promover todos os dias. 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Nossa São Paulo

Olá, tudo bom pessoal????
O post que ilustra nosso blog essa semana é o de uma cadeirante super simpática e auto - astral.
Segue o texto:
"Descobri uma São Paulo linda!
Essa é a cidade que eu moro e ela é fantástica. Vivo aqui há muito tempo e, com certeza, posso contar que descobri muito mais
de São Paulo nestes últimos  anos. Sempre gostei dessa cidade, com tudo o que ela me apresenta e me permite desfrutar.
Mas quando comecei a descobri-la com um olhar acessível, fiquei mais apaixonada.Muita coisa que me surpreendi e fiquei bem feliz em vivenciar. Já curti, fui, visitei muitos lugares de São Paulo e ainda tem muita
coisa pra ver. Uma coisa que gostei muito em minhas andanças foi ver a minha gente tendo contato com história, arte e cultura de primeira.
Nosso país é muito rico culturalmente e estender tudo isso para a nossa gente é valioso demais. Cidade encantadora de informação
qualificada, São Paulo tem seu charme. Já corri muitas cidades pelo mundo e nossa cidade não deixa nada a desejar no quesito cultura.
Tá tudo pertinho pra você conhecer, se aprofundar, curtir, se divertir, apreciar e obter informação.  E o melhor, a maioria das
atividades que vivenciei foi totalmente gratuita e nos recebe muito bem.Falamos do MASP, MAM, Museu Afro, MAC, MIS, Mube, Museu da Casa Brasileira, Pinacoteca, Cinemateca Brasileira, Museu da Língua
Portuguesa, Museu do Futebol, Museu da Arte Sacra, Parque da Luz, Parque Ibirapuera, Parque Villa-Lobos, Parque do Trianon,
Parque da Independência, Praça Benedito Calixto, Mercado Municipal, Mercado de Pinheiros, Feira da Liberdade, Feira Livre do
Pacaembu, Teatro Municipal, Sescs, Instituto Tomie Othake, Caixa Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Memorial da
América Latina e muito mais.
Pois é, lembrando que nem tudo são flores, há algo que me deixa demais de tristinha; o ir e vir aos lugares em São Paulo não é nada
fácil. Sabemos que nossas calçadas, nosso transporte público, nossa sinalização e nosso trânsito não ajudam, não estimulam, não
incentivam. Sabemos que a vontade de estar nos lugares onde queremos tem sempre que superar os transtornos da mobilidade da cidade,
senão, realmente não saímos de casa. Infelizmente hoje tem que ser assim, mas garanto que vale o desconforto ao nos depararmos
com as belezas, os encantos e os aprendizados que encontraremos no nosso destino, ok?
 Por Mila Guedes
OBS: Os pontos - turísticos que Mila cita no textos, senão me engano, a maioria são acessíveis, então se você gosta de passear por SP e é cadeirante e/ou deficiente físico, aí estão ótimas dicas! Aproveite1

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Paralimpiapiadas Rio 2016

 PARALIMPÍADA
A VISIBILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD)
Como fazer, do momento, um legado?

Em referência ao dia 21 de setembro – Dia Nacional da Luta pelos Direitos das Pessoas com  Deficiência – realizaremos um evento público e gratuito dia 16 de setembro de 2014 às 18:30.
Desejamos que a “visibilidade das PcD” fique como um legado da Paralimpíada de 2016 e, não apenas mais um momento efêmero na história do nosso País. As PcD são cidadãos e cidadãs que podem competir, consumir, produzir, trabalhar, viajar, votar, amar e se divertir, desde que haja acessibilidade nos lugares onde frequentam. E para que haja acessibilidade, antes de tudo, é preciso vê-las.
LOCAL - Espaço Ideal Eventos - Rua Santa Luzia, 760 – sobrado – Centro, Rio de Janeiro –Tel.21.2533.1878

INSCRIÇÕES GRATUITAS E LIMITADAS em buscolegados@gmail.com Rodrigo Rosso - Jornalista e publicitário, atuando há mais de 18 anos no setor da Pessoa com Deficiência (PcD), diretor e editor da Revista Reação, criador e fundador da REATECH, presidente da ABRIDEF - Assoc. Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para PcD.www.revistareacao.com.br
Deborah Prates - Advogada, Integrante das várias Comissões como dos Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ e OAB-Mulher/RJ. Militante e Palestrante. Recebeu Moção honrosa da Câmara Municipal do Rio de Janeiro pela contribuição em prol das acessibilidades, em especial a relativa a atitudinal. http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/
Andrei Bastos – Jornalista e escritor, trabalhou no Correio da Manhã e no O Globo. Como ativista dos direitos humanos atua em várias ONGs. É presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro (Comdef - Rio). Publicou os livros “Assimétricos” e “A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil”. www.assimetricos.com.br
Armando Nembri, Mestre em Avaliação de Sistemas, Programas e Instituições , em Ciências Pedagógicas. M.B.A. em Administração Pública. Pós-graduação em Administração de Recursos Humanos, entre outras. Conferencista, Palestrante, Professor e Instrutor no IBG, Professor do Instituto Benjamin Constant e várias Universidades. Autor dos livros “Ouvindo o Silêncio: Educação, Linguagem e Surdez” e, “Em Silêncio: Avaliação do Primeiro Curso de Graduação para Surdos e Ouvintes em Língua de Sinais”” (Lançamento previsto para outubro de 2014). www.armandonembri.com.br
Mediador: Fábio Guimarães. Empresário, Trabalhou na TV Globo como Diretor de Programas de TV, criador e Produtor do BLA – Busco Legados de Acessibilidade. www.buscolegados.com

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mobilidade para deficiente físico é desafio a vencer no Brasil

Olá, tudo bem?
O tema do artigo dessa semana é mobilidade urbana.
Uma ótima leitura a todos! O artigo está logo abaixo:
Barreiras à acessibilidade impedem que milhares de pessoas com alguma deficiência tenham autonomia no transporte e evoluam melhor, social e economicamente.
De dez a doze por cento da população mundial (algo em torno de 700 a 800 milhões de pessoas) têm alguma deficiência física. Destas, perto de 90% vivem nos chamados países em desenvolvimento, e o mesmo percentual vale para os que estão em idade produtiva, mas vivem desempregados. 

Ciente da relevância desses números, a prefeitura de São Paulo lançou em Março de 2012, um novo censo, especificamente para a população com deficiência. A estimativa é que vivam na capital paulista cerca de 4,5 milhões de deficientes físicos, a maioria usuária do transporte público, utilizado para se deslocarem a seus locais de trabalho e lazer. Muita gente, portanto, para uma cidade repleta de barreiras físicas e até culturais. 

A compreensão sobre ‘deficiência’ também vem evoluindo. Cada vez mais, entende-se que uma deficiência física não é apenas uma condição estática. A deficiência -- e sua gravidade --  dependem do ambiente em que a pessoa vive. Ou seja, se as cidades oferecessem condições para uma pessoa em cadeira de rodas sair de casa e chegar, em tempo razoável, a um local de trabalho digno, e depois do expediente ir ao cinema e achar um lugar bom para assistir ao filme, essa deficiência já não é qualificada como tão grave nos índices de mobilidade.

Da mesma forma, quando a cidade não é acessível, qualquer deficiência se torna mais séria: a pessoa com idade ativa não consegue chegar no trabalho e a criança deixa os estudos, porque não conta com escola acessível. 

Escolaridade e pobreza

Um novo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, no Brasil, a pessoa com deficiência física possui em média apenas 2,8 anos de escolaridade, comparado com 3,7 para pessoas sem deficiências. Para moradores urbanos, 62% das pessoas com deficiência têm grau de escolaridade fundamental completo, comparado com 84% para pessoas sem deficiência.

Em São Paulo, há cerca de 13 mil alunos com deficiência, e apenas 500 das 1.500 escolas da capital são acessíveis, segundo a Secretaria de Educação; e apenas seis são para estudantes com deficiências auditivas. 

Assim, não é surpreendente que pessoas com deficiência física tenham muito mais probabilidade de viver em condições de pobreza extrema, como indica um relatório do Banco Mundial. Segundo a OMS, nas cidades brasileiras 25% dos deficientes são pobres, contra 12% entre a população sem deficiência.

No ano passado, a população global atingiu a marca de 7 bilhões de pessoas, a maior parte vivendo nas cidades. Até 2050 está previsto que mais de dois terços seja urbana. No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, segundo o Censo de 2010. Não é surpreendente, então, que os problemas de mobilidade e acessibilidade urbana ganhem visibilidade e impulso, ainda mais para o funcionamento econômico e social das cidades. 

Acessibilidade no transporte

Em dezembro de 2004, a Lei de Acessibilidade (decreto 5.296/04 ) estabeleceu normas gerais e critérios básicos no país para melhorar a acessibilidade.  A legislação é bastante ampla e abrangente, e tem incentivado as cidades a se tornarem mais acessíveis: por exemplo, a lei requer que todos os ônibus adquiridos para o serviço publico depois de 2004 sejam adaptados para deficientes.

Segundo representantes da SPTrans, empresa que gerencia os ônibus urbanos de São Paulo, a capital paulista tem uma frota de mais de 15.000 ônibus e microônibus, dos quais 7.905 (cerca de 52,7%) são adaptados para usuários em cadeira de rodas. A empresa informa também que desde 2009 todos os ônibus introduzidos ao sistema são adaptados para uso de deficientes. Esses ônibus têm piso rebaixado, sem degraus nas portas, e, ao chegar nos pontos de parada, inclinam-se ainda mais ao solo pela ação de sistemas de suspensão, facilitando o acesso. Em outros ônibus, rampas nas portas facilitam o embarque para passageiros em cadeira de rodas ou contam com plataformas elevatórias.

A SPTrans informa também que todas as 1.300 linhas de ônibus municipais contam com veículos adaptados, com intervalo variando de acordo com a demanda existente. Ainda segundo a companhia, o tempo de embarque e desembarque para passageiros com deficiência é de 3 minutos.

A cidade também oferece o serviço Atende, criado em 1996, que é uma modalidade de transporte gratuito, porta a porta, para deficientes em cadeira de rodas. Funciona diariamente, das 7h00 às 20h00, para clientes cadastrados e com uma programação pré-agendada de viagens. Além disso, reservando com pelo menos uma semana de antecedência, oferece atendimento aos “eventos dos fins de semana” para grupos afiliados a instituições que trabalham com pessoas com deficiência. Atualmente, segundo a SPTrans, o serviço conta com uma frota de 372 vans acessíveis.

Estes são dados da prefeitura. Já para a deputada estadual Mara Gabrilli (PSDB), cadeirante que milita na defesa dos direitos das pessoas com deficiência física, “os números citados pela SPTrans podem ser enganosos”, avisa. Ela aponta “escassez de ônibus adaptados nas ruas de São Paulo”, e diz ser frequente os funcionários das empresas de ônibus “não serem treinados para operar o equipamento dos veículos adaptados e os usuários reclamarem que às vezes os veículos nem param para atender ao cadeirante”.


Para pessoas com deficiência visual ou auditiva, há outras frustrações, por exemplo a falta de avisos sonoros no interior dos veículos. Ainda, para a deputada, os problemas para os deficientes já começam antes de chegarem aos pontos de ônibus, pois, observa, “se as calçadas têm muitos obstáculos, será quase impossível a um cadeirante chegar até um ponto de ônibus sozinho”.
Fonte: Mobilize Brasil