segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A LDI e as pessoas com deficiência

Olá pessoal,
Boa tarde tudo certo?
Há um tempinho que o blog já não traz os posts políticos que a Mara Gabrilli posta dentro de seu blog no portal Mobilize Brasil, porém hoje encontramos um post interessante e resolvemos compartilhar com vcs. Mas antes do post propriamente dito, porque não discorrer um pouco sobre Mara Gabrilli? Política sempre foi um assunto muito chato, pois envolve muita coisa mais chata ainda. Mas infelizmente é uma obrigação pela qual precisamos passar, mas aí apareceu uma mulher chamada Mara que fez os deficientes ( e os pais dos mesmos também) enxergarem uma luz no fim do túnel, pois ela luta junto com os deficientes para o nosso País melhorar e é assim que deve ser sempre!!!!!!!
Vamos ao post:
Após completar dez anos de vigor de uma das mais importantes leis de acessibilidade do país (Lei 10.098/2000), a procuradora-geral de Contas do Estado de Goiás, Maísa de Castro Barbosa, que tem deficiência física, lançou a ‘Campanha Ministério Público de Contas pela Acessibilidade Total’, ideia inspiradora para tornar efetivas as imposições constitucionais e legais sobre os direitos das pessoas com deficiência.
Além de incluir na agenda permanente das equipes de fiscalização dos Tribunais de Contas a inspeção das regras da ABNT quanto à acessibilidade em obras públicas e privadas, o grande mote da iniciativa foi a de provocar os tribunais de contas a incluir em seu escopo a declaração de inelegibilidade do gestor que flagrantemente descumprisse as normas de acessibilidade. Trocando em miúdos, os tribunais de contas passariam a não aprovar contas de gestores que descumprissem a legislação de acessibilidade.
Tive a honra de participar do lançamento da campanha em Cuiabá, quando conheci o procurador Sérgio Caribé, também cadeirante e grande impulsionador do que tempos depois tornaria a Lei Brasileira de Inclusão, projeto reformulado, construído com a sociedade civil e pautado em grande parte na campanha de Maísa.
Inspirado na atuação dos dois procuradores, o texto da LBI não só passou a responsabilidade da reforma de calçadas ao poder público, como criou instrumentos legais para o seu cumprimento, ampliando a ideia da campanha e passando aos Tribunais de Contas de todo o país a fiscalização das normas de acessibilidade em obras e também no passeio público. A medida obrigará o gestor a se comprometer com a acessibilidade e fazer uso responsável do orçamento da cidade.
Ainda, para forçar o gestor a investir verba realmente em calçadas, venho trabalhando em uma emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias para incluir uma rubrica específica para a reforma do passeio. Com isso, nenhum prefeito poderá fazer uso de verba pública para recapear ruas, construir ciclovias e simplesmente ignorar a construção e reforma de calçadas. Hoje, ainda que um deputado queira alocar uma emenda federal para a reforma de calçada, o município pode usar essa mesma verba para qualquer outra obra dentro do escopo de infraestrutura, sem sofrer qualquer tipo de dolo, uma vez que não há uma rubrica no orçamento especifica para este fim.
Em São Paulo, por exemplo, só para o ano passado, a Prefeitura tinha previsto para a reforma de passeio púbico quase 52 milhões. Usou cerca de 300 mil. O restante desse dinheiro, sabe-se lá, converteu-se em tinta vermelha para a construção de ciclovias, sem nenhum planejamento prévio, em locais improváveis e a compartilhadas também, com aval da própria prefeitura, por cadeirantes, carroças, monociclos…
Há décadas, a legislação brasileira de calçadas não funciona. Incumbir ao munícipe a reforma do passeio é somar ao contribuinte mais uma conta que é de dever do Estado. Ruas e logradouros consistem justamente nas chamadas vias públicas. E as calçadas, por definição legal, são partes integrantes dessas vias. É inconstitucional a aplicação de leis municipais que impõem ao particular tal encargo.
Com a LBI em uso e o apoio dos Tribunais de contas de todo o país, vamos finalmente inverter papeis que há tempos o Estado submete ao cidadão brasileiro: agora quem fará calçadas é o gestor. E ele, sim, será apenado caso não o faça. Uma mudança grandiosa em nossa legislação que vai mudar a forma de todas as pessoas e as cidades interagirem. Uma transformação motivada por quem sofre na pele as barreiras da falta de acesso e o descompromisso do Poder Público. "
 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pai transforma filho com Síndrome de Down em herói através de fotos

Boa tarde queridos,
Tudo bom??
Normalmente o Cidade Acessível traz dicas sobre Acessibilidade, mas hoje o post vai mudar um pouquinho de figura. Todas as deficiências têm - ou deveriam  ter - sua importância e é  por isso q sempre devemos dizer não ao preconceito.
Vi uma notícia, achei bem legal, exatamente por se tratar do oposto do que geralmente ocorre, calma que eu explico: Na maioria das vezes, as crianças pequenas veem o pai como super heroí e nesse caso aconteceu o oposto foi o pai quem transformou seu filho de 2 anos, que possui síndrome de Down num heroi, provavelmente por ele sofrer preconceito por parte da sociedade.
Bem bacana a atitude dele.
Aí segue o link da notícia para vcs conferirem:http://revistamarieclaire.globo.com/Web/noticia/2015/10/pai-transforma-filho-de-2-anos-com-sindrome-de-down-em-heroi-em-serie-de-fotos.html
Beijos

terça-feira, 13 de outubro de 2015

As Lições Dos Atletas Que Lutam Por Uma Vaga Nos Jogos Paralímpicos De 2016

Boa tarde meus queridos???
Tudo bom com vcs?
O Post dessa semana é mais uma grande lição de vida. Eu e minha filha ( que é cadeirante) sempre gostamos de acompanhar as Olímpíadas, porém tudo fica bem mais interessante nas Paralimpíadas que é quando os deficientes físicos competem. Ali a palavra de ordem é superação não é verdade? É muito legal assistir o que eles fazem e como eles se superam, muitas vezes dentro de seus próprios limites. Isso é uma prova de que ser diferente é normal. Os deficientes podem ser ( ou são) muito mais inteligentes e/ou interessante do que quem não possui deficiência, só basta olharmos sem o famoso preconceito!!!!!!!!!!!
Aí vai o post dessa semana:

  Entre os desafios enfrentados por Susana Schnarndorf ao longo da vida, as treze participações no Ironman e os cinco títulos brasileiros de triatlo conquistados na década de 90 já passam despercebidos. Nos últimos dez anos, a gaúcha precisou superar obstáculos ainda mais complexos. Diagnosticada com atrofia múltipla de sistemas (MSA) em 2005, aos 37 anos, a superatleta viu seu mundo virar de ponta-cabeça em questão de dias. Rapidamente, a doença degenerativa comprometeu o controle motor, além de diminuir a capacidade do coração e dos pulmões.
 Naquela época, os médicos chegaram a afirmar que ela teria apenas mais dois anos de vida. “Eu nadava, pedalava e corria o dia inteiro e, de repente, não conseguia fazer movimentos básicos”, recorda. Acostumada a confrontar e ultrapassar os próprios limites, Susana não se deu por vencida com o diagnóstico e voltou aos treinos, mesmo que em condições bem diferentes. “Foi quando descobri o esporte paralímpico. Eu me agarrei àquilo com tudo o que podia, como se fosse a minha luz no fim do túnel.” Hoje, ela acumula vários recordes na natação e um título mundial, conquistado na prova dos 100 metros em nado de peito em 2013. 
Após um ano de difíceis resultados devido à evolução da doen­ça, que vem paralisando seus movimentos, Susana planeja encarar os Jogos Olímpicos do Rio como seu grande momento como atleta. “Será a rea­lização de um sonho. Agora só falta uma medalha para fechar o meu ciclo e eu me dar por satisfeita”, diz.


Não há dúvida de que o esporte tem o poder de transformar a vida das pessoas. Entre os paralímpicos, porém, essa máxima se confirma de forma ainda mais profunda. Muitas vezes, ele é responsável por fazer com que os atletas ganhem motivação para superar uma tragédia pessoal e para viver. 
Os integrantes da delegação brasileira que lutam para brilhar no Rio em 2016 comprovam, a cada dia e nas mais variadas modalidades, que têm resiliência de sobra para fazer o que parece impossível e superar as próprias limitações. Até mesmo aqueles que no passado tinham pouca familiaridade com o esporte que viriam a praticar. “Na minha primeira competição, há pouco mais de um ano, eu não conhecia nada de atletismo, nem sapatilhas eu tinha para correr. O treinador me emprestou um par, mas acabei nem usando, porque fiquei com medo de tropeçar e cair”, recorda Petrúcio Ferreira, que, aos 2 anos, ao acompanhar o pai durante o trabalho na roça, teve parte do braço esquerdo decepada em uma máquina de moer cana-de-­açúcar. 
Com apenas 18 anos, ele tem resultados surpreendentes. Descoberto durante uma disputa escolar em 2013, já é recordista mundial dos 200 metros rasos na classe T47, cujos atletas têm um dos braços amputado, acima ou abaixo do cotovelo.


Enquanto a origem da Olimpíada remete à Grécia antiga e os Jogos da era moderna são realizados desde 1896, o movimento paralímpico só começou a se formar a partir de 1948, quando Ludwig Guttman organizou na Inglaterra uma competição esportiva que envolvia veteranos da II Guerra Mundial com lesão na medula espinhal. 
Depois desse pontapé inicial, os Jogos no estilo olímpico para atletas deficientes aconteceram pela primeira vez em Roma, em 1960, com 400 competidores. Ainda que sem a mesma visibilidade das provas esportivas tradicionais, o movimento paralímpico experimentou um impressionante crescimento nos últimos anos, e, para a Rio 2016, é prevista a participação de 4 350 atletas, de 178 países. Com a maior delegação brasileira da história, o que esses atletas mais têm a mostrar, nas pistas, nas piscinas ou nas quadras, são exemplos de como vencer as adversidades. Ganhar ou não uma medalha é consequência de anos de treino, dedicação e obstáculos muito mais difíceis de superar. O nadador catarinense Talisson Glock é prova disso. 
Depois de ser atropelado por um trem, aos 9 anos, ficou 23 dias internado e teve de amputar o braço e a perna esquerdos. “Não me lembro de nada. O que sei sobre o acidente é o que me contam”, diz. Aos 20 anos, no entanto, ele se tornou uma espécie de garoto-propaganda do Comitê Paralímpico Brasileiro. Bonito, com o corpo coberto por tatuagens e, de quebra, vencedor, só nos últimos Jogos Pan-­Americanos, em Toronto, ele faturou seis medalhas, sendo duas de ouro, nos 200 metros medley e nos 100 metros costas.


Outro destaque no Canadá, a corredora Verônica Hipólito levava a vida de uma criança comum até os 12 anos, quando foi diagnosticada com um tumor no cérebro. Na época, frequentava aulas de judô na cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. 
Durante o tratamento da doença, teve de abandonar a modalidade. Já recuperada, optou pelo atletismo, pois sempre foi apaixonada por esportes. Aos 14 anos, porém, sofreu outro baque, quando um AVC precoce quase desintegrou seu sonho de ser corredora, ao deixar sequelas no braço e na perna direitos. Ainda assim, ela não desistiu. 
Ao ser apresentada ao esporte paralímpico, tornou-se uma das maiores apostas do comitê, com grandes chances de medalhas para o Brasil na Rio 2016. A jovem, que é recordista mundial dos 200 metros rasos na classe T38, faturou o ouro nos 100, 200 e 400 metros rasos, além da prata no salto em distância, nos últimos Pan-Americanos. “O AVC acabou revelando meu potencial para competir profissionalmente. 
Apesar da paralisia na parte direita do meu corpo, consegui entrar para o esporte paralímpico e ajudar toda a minha família”, afirma a atleta, que é federada pelo Sesi São Paulo e conta com o patrocínio de grandes empresas, como Nike, Caixa e Petrobras, além de bolsas dos governos federal e do Estado de São Paulo.

Petrúcio, Talisson e Verônica fazem parte da chamada geração pós-Londres, que reúne os jovens atletas que se preparam para brigar por sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos. Durante o evento, eles se juntarão a alguns heróis já consagrados — como o nadador Daniel Dias, detentor de quinze medalhas nas Paralimpíadas, o recorde da delegação brasileira. Mesmo entre os já experientes, no entanto, há muitos nomes que a torcida brasileira merece conhecer. 
É o caso de André Brasil e Jeferson Gonçalves, por exemplo. Companheiro de Daniel na seleção de natação, o primeiro acumula vinte medalhas em campeonatos mundiais e dez em Jogos Paralímpicos. “Até hoje não consigo expressar a sensação de subir ao pódio. Parece que a ficha nunca cai”, diz o carioca. Já Jefinho, como Jeferson é conhecido, é uma das provas de que, se os astros do futebol convencional não estão em sua melhor fase, no esporte paralímpico o Brasil continua sendo o país do futebol. Comparado a Neymar e Pelé, o atleta baiano nasceu com glaucoma e perdeu completamente a visão aos 7 anos. 
Desde 2006, brilha como um dos astros da seleção de futebol de cinco, tendo participado da conquista de dois campeonatos mundiais e de duas Paralimpíadas. “Aprendi que uma pessoa cega também é capaz de praticar um esporte de alto rendimento”, diz ele.


O desempenho brasileiro nos últimos anos é um estímulo e tanto para que o público se interesse em assistir às competições e torcer pelos paralímpicos — nossas chances de pódio são muito maiores entre os atletas deficientes. Depois de o Brasil ficar em primeiro lugar no ranking dos Jogos Pan-Americanos neste ano, com 257 medalhas — 109 de ouro, 74 de prata e outras 74 de bronze —, a meta para 2016 é terminar a Paralimpíada do Rio no quinto lugar geral.
 O salto na performance dos atletas brasileiros vem acompanhado da evolução no suporte técnico oferecido a eles. “Com a sanção, em 2001, da Lei Agnelo Piva, que repassa recursos das loterias para os comitês Olímpico e Paralímpico, foi possível planejarmos a curto, médio e longo prazos, e temos feito uma gestão eficiente desses recursos. Sabemos aonde queremos chegar e como chegar”, explica Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). 
O planejamento é traçado em parceria com confederações e clubes e, até o fim do ano, um centro de treinamento será inaugurado em São Paulo, com capacidade para abrigar catorze das 23 modalidades paralímpicas, além de contar com alojamentos, refeitórios e laboratórios para avaliação física, fisiológica, psicológica e nutricional. “Não vamos para a Rio 2016 simplesmente para ganhar experiência. Queremos incomodar, brigar e disputar medalhas”, garante Parsons. Será uma oportunidade única, não só para torcer, como para se emocionar com as histórias desses verdadeiros heróis do esporte.

Via: http: vejario.abril.com.br

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ser Amiga (o) De Um Cadeirante É... - Por Jéssica Matos

Boa noite pessoal,
Hoje o blog traz um depoimento muito emocionante sobre uma amizade entre um cadeirante e, no caso do texto, uma menina que não possui deficiência. O texto mostra que devemos passar longe de preconceito e que, ao contrário do que a maioria pensa: os seres humanos sempre podem ensinar muito uns aos outros, seja ele cadeirante ou portador de qualquer outro tipo de deficiência. #FicaADica

    " Ser amiga de um cadeirante é compreender, de fato, que o mundo possui muito mais desafios do que imaginamos. É educar o seu cérebro para uma mente muito mais inclusiva. É entender que se o seu amigo cadeirante não consegue frequentar determinado local, ali não é bom o suficiente, mesmo quando você está falando da sua própria casa. É se descabelar quando escuta a palavra “escara”, porque só quem tem um amigo cadeirante de verdade entende o real significado dessa palavra. É saber que espasmos não representam um ataque cardíaco. É odiar passeios desnivelados, obstáculos e tapetes.
     Ser amiga de um cadeirante é aprender o porquê de você não poder estacionar nas vagas reservadas para pessoas com deficiência nem por um minuto. Ah, é inclusive aprender porque o termo correto é: pessoa com deficiência. É aperfeiçoar todos os dias a arte da paciência: entenda, ele levará o triplo do tempo para entrar e sair do carro, e nesse momento você aprenderá o prazer de poder ajuda-lo. 
     Ser amiga de um cadeirante é aprender que você não precisa falar com voz de bebê e nem cheia de pudores, pisando em ovos, muito menos que tem que ficar rindo o tempo todo para ele. Você pode ser quem você é. Pode, se necessário, chorar, gritar, brigar, “pedir colo”, criticar e tudo mais...é incrível! Eles não quebram pelo simples fato de vocês terem uma relação normal. E acreditem... muitas vezes eles possuem um senso de humor bem mais aguçado que o seu. 
     Ser amiga de um cadeirante é pisotear todos os dias sobre seus próprios preconceitos. É tornar seu amigo um “objeto” de estudo, porque você quer saber dele todas as dúvidas que todo mundo tem. É correr desesperadamente até ele para contar todas as vezes que você: ver, encontrar, conhecer, conversar com qualquer deficiente. É contar para qualquer pessoa nova que você conheça que você tem um amigo cadeirante. É saber de todos os eventos da cidade que abordem sobre a dignidade da pessoa com deficiência e se tornar um “consultor” sobre o assunto, porque todo mundo quer tirar dúvidas com você. É comprar briga. É trabalhar o tempo inteiro com logísticas. 
     Ser amiga de cadeirante é andar com seu amigo por aí e por um minuto analisar o mundo ao seu redor e se perguntar: “Por que estão todos encarando?”, já que na maior parte do tempo até mesmo você esquece a deficiência dele. 
     Ser amiga de cadeirante é percorrer a linha tênue da autonomia e da dependência. É pedir constantemente: “Me conta de novo a sua história?”, pelo simples fato de ser a história mais emocionante que você conhece. É se emocionar, com a alma, em todas as conquistas dele. Ser amiga de um cadeirante é, todos os dias, ter um choque de realidade ao reclamar da sua vida e se lembrar das inúmeras dificuldades que ele suporta. É ter um exemplo. É agradecer a Deus todos os dias, pelos mais variados motivos, pela vida dele. "

Jéssica Matos e seu amigo Thiago Helton