segunda-feira, 29 de junho de 2015

O gosto ácido da descriminação - Jairo Marques

Boa noite, pessoal

O nosso blog Cidade Acessível não costuma tratar desses assuntos, porém essa semana abriremos uma exceção, pois o tema do nosso artigo é pertinente e completamente coerente ao blog. :)

Vamos ao artigo, então?
Parte importante das pessoas acredita que ter uma deficiência, ser meio torto das partes ou dos sentidos, impõe ao “serumano” sofrimento constante, peso de viver e uma tristeza do jeca. Imporia também chateações pela privação daquilo que não se pode fazer como correr atrás do gato no quintal ou ver nuvens em formatos de coração no céu.
Como membro da trupe dos “quebrados”, digo com tranquilidade que o maior desafio de conviver com limitações físicas ou dos sentidos passa longe disso tudo e bem perto dos obstáculos que a ignorância, o preconceito e o desconhecimento de causa criam em torno de uma condição “mal-acabada”.
Com frequência, tenho de sofrer com ácido no estômago devido a questionamentos puramente discriminatórios sobre minhas capacidades, habilidades e disposição para viver como qualquer outro cidadão.
A última aconteceu durante meu atrevimento de querer comprar uma casa um pouquinho maior para abrigar a “famiage”, com se diz lá na minha terra. Fui ao banco (Citi) pedir um crédito imobiliário, preenchi dezenas de papéis, apresentei documentos, provei que sou quebrador de pedra e trabalho de sol a sol, igual a todo o mundo.
Dias depois, a resposta da agência, traduzida em meu dialeto: “Seu Jairim, de modos que o sr. tenha se declarado aleijado, a seguradora (SulAmérica Seguros) exige que, para seguir com o seu processo, seja apresentado um laudo médico em que esteja provado que o seu dodói não tenha repercussões em sua vida e que você ainda presta para alguma coisa”.
A partir do momento em que uma pessoa com deficiência precisa provar que não é doente, algo de muito errado sobre as diferenças ainda corre por veias preconceituosas de alguns setores sociais. Ser cadeirante, ser surdo, ser cego é condição humana, não um martírio pelo qual se precisa responder durante toda a existência. Tudo isso, nas barbas da aprovação da Lei Brasileira de Inclusão, no Congresso.
Perguntei à seguradora a razão de uma atitude tão frontalmente contrária a tudo o que se debate sobre direitos de igualdade de oportunidade. A resposta: “As solicitações de declaração de saúde e de informações complementares estão previstas na resolução nº 205/2009 e na circular nº. 251/2004 da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Os procedimentos são comuns a diversas modalidades de apólice, existindo para os casos em que há apontamento espontâneo de intercorrência prévia física ou de saúde e não se aplicando exclusivamente a pessoas com deficiência.” A Susep, uma autarquia do governo, não se manifestou.
Nunca a deficiência foi argumento para que eu não pagasse Imposto de Renda ou tarifas bancárias, mas, quando necessito de um suporte financeiro, como qualquer outro comedor de arroz com feijão deste país, tenho de comprovar que algo que me acometeu há quase 40 anos não me fere, hoje, o poder de ter “crédito na praça”.
Não sou de “chororô” e este espaço não é para contemplar demandas pessoais, mas afrontas desse tipo são plurais e corriqueiras no Brasil. Acontecem, com maior ou menor dimensão justamente por serem deixadas quietas, por serem sempre vencidas pelas dificuldades de entendimento e por não serem amparadas pelo bom senso, pela dignidade e pela cidadania. " MARQUES, Jairo

segunda-feira, 22 de junho de 2015

21/06 - Dia Mundial do Combate a ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica

Boa noite queridos,

Essa semana o blog faz uma pequena campanha. Não sei se todos sabem, mas ontem, dia 21 foi dia mundial do Combate a ELA - Esclerose Lateral Amiotrofica. Essa é uma doença rara que faz com que o paciente perca todos os movimentos e a sensibilidade dos órgãos. Para explicar com mais detalhes para vcs, deixo aqui trechos de  um texto publicado ontem na fanpage do Facebook da Mara Gabrilli

" A ELA é uma doença neurodegenerativa considerada rara, que causa a degeneração progressiva dos neurônios motores do cérebro e na medula espinhal.
Esses neurônios perdem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos e, assim, a pessoa perde os estímulos motores com o passar do tempo. Contudo, capacidade cerebral, de raciocínio, permanece intacta."

E para ilustrar melhor ainda deixo Link de um post que indica o filme " A Teoria de Tudo " , que conta a história de um paciente com ELA:  http://cantinhodoscadeirantes.blogspot.com.br/2014/09/the-theory-of-everything-em-breve-nos.html

PS: As fotos que ilustram o post de hoje são do querido amigo Ricky Ribeiro, autor do portal Mobilize Brasil, também portador de ELA

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Rede Sarah Kubcheck

Boa noite queridos, tudo certo com vcs?????
Hoje o blog fará uma espécie de " post especial ". Estava pesquisando conteúdo ´para publicar aqui até q encontrei um texto super interessante e explicativo sobre o Centro de Reabilitação Sarah Kubseck

Não sei se vocês já ouviram falar desse Centro de Reabilitação, mas ele é especializado  em neurologia e reabilitação. Oferece vários métodos alternativos, como fisioterapia no lago, canoagem, esportes, a reabilitação do paciente é de acordo com suas necessidade; porém o maior diferencial de todos em minha concepção é que o paciente pode morar lá durante o tratamento.


Segue o link desse artigo para vcs entenderem melhor como funciona o Sarah;


http://cantinhodoscadeirantes.blogspot.com.br/2015/06/sarah-o-maior-e-melhor-centro-de.html

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Aos pés de Giovanna

Boa Noite,
Hoje o blog conta para vcs a história de uma mãe cadeirante que conseguiu realizar o sonho de ser mãe, porém Verônica não esperava e/ou imaginava que teria que enfrentar mais dificuldades ( ou seriam facilidades?) do que a vida reservou para ela.
Sua filha Giovanna nasceu com uma deficiência congênita rara que faz com que a pequena só tenha movimentos em seus pés e mãos, com isso ela já aprendeu desde cedo a lidar com preconceito, muitas lutas e independência.
Deixo vcs com a comovente história dessa linda menina e sua mãe
http://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2015/06/03/aos-pes-de-giovanna/

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Brasil Acessível

Olá pessoal, boa tarde, tudo bem?
Essa semana o blog traz um artigo sobre acessibilidade e calçadas mundiais. Achei super interessante e como tem tudo a ver com o tema do nosso blog, resolvi compartilhar aqui com vocês.

Segue o artigo, que é do blog da nossa querida deputada Mara Gabrilli; que ela mantém lá no Portal Mobilize.

"Caminhar pelas ruas pode ser desafiador e perigoso quando não se pode contar com calçadas seguras e acessíveis. Já imaginou o que é para um cego caminhar em uma rota onde não há uma sinalização tátil? Ou para um cadeirante, que a cada metro percorrido encontra um buraco que o impede de passar com sua cadeira?  
Ser pedestre nas cidades brasileiras é como participar de uma gincana de obstáculos. E não só para pessoas com deficiência. Afinal, a calçada é o equipamento mais democrático e universal de qualquer lugar. E quando ela não está adequada, todo mundo é prejudicado: crianças, idosos, jovens, mãe com carrinho de bebê, mulher de salto alto, distraídos…  
 A diversidade humana está propensa aos riscos que um passeio mal conservado traz. E esse assunto já não é novidade para ninguém. A mídia, felizmente, está sempre pautando o tema diariamente. O jornalista Marcos de Sousa, aqui do portal Mobilize, participou comigo de um programa na TV Band News, onde recentemente debatemos o tema calçadas.   Nossos gestores estão mais que cientes de que a qualidade de nosso passeio é um dos maiores entraves da mobilidade urbana, além de comprometer outras áreas de políticas públicas.   Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo divulgado pelo Hospital das Clínicas, 18% das vítimas de queda atendidas na unidade se acidentaram em calçadas da cidade. Só no ano passado, dos 197 pacientes que deram entrada no Pronto-Socorro da ortopedia, 35 relataram ter caído na calçada. Destes, 40% machucaram-se em buracos. Ou seja, a calçada passa, inclusive, pela área da saúde.   Como boa pedestre que sou, pois adoro passear pelas ruas, e também pessoa com deficiência e defensora da inclusão, não podia deixar de trabalhar por calçadas acessíveis. Recentemente, um projeto de Lei (nº 7.699/2006), cuja relatoria recebi com muita honra, pode mudar esse cenário e trazer novidades na legislação que trata o assunto.   Tal projeto cria um Estatuto para a pessoa com deficiência e prevê um conjunto de medidas em diversas áreas de políticas públicas. Dentre estas, a alteração no Estatuto das Cidades, obrigando o governo a elaborar um plano de rotas estratégicas para reformar e uniformizar as calçadas de todo o Brasil.   Com isso, a construção, padronização e reforma de calçadas em áreas com grande concentração de serviços públicos e privados, ou com grande fluxo de pedestres, podem se tornar responsabilidade do poder público, e não apenas do proprietário do imóvel.   Essa é uma luta a qual venho travando já há algum tempo. Na Câmara Federal, protocolei um projeto de lei que altera justamente os dispositivos do Estatuto da Cidade que dizem respeito às atribuições da União no campo da política urbana. A ideia é incluir, entre as tarefas da esfera federal, por iniciativa própria e em conjunto com os entes federados, a melhoria dos passeios e logradouros públicos e dos equipamentos urbanos de todo o Brasil, criando-se, assim, um Plano Nacional de Calçadas. Com a aprovação do Estatuto esse projeto poderá ser colocado em prática.   A mudança na legislação segue a tendência de países desenvolvidos. Em Londres, 100% do passeio é acessível. Na capital japonesa, onde o poder público também é o responsável pela reforma e manutenção das calçadas, há faixas de pisos táteis no centro de todas as calçadas, guiando pessoas com deficiência visual durante o trajeto inteiro. Só para citar alguns exemplos de acessos dessas metrópoles.   Se cumprida a lei no Brasil, a mudança poderá ser grandiosa.
Hoje, em São Paulo, dos 35 mil km de calçadas, apenas 500 km estão em boas condições. O que esperar de municípios menos desenvolvidos?   O texto do Estatuto da Pessoa com Deficiência está aberto para consulta pública no edemocracia.camara.gov.br. A proposta pode ser enviada para votação no Congresso ainda este ano e se tornar lei a partir de 2014.   Por isso, convido todos a participarem da construção deste Estatuto, incluindo sugestões à redação do projeto. Cidades democráticas são movidas pela participação cidadã. Cobrar pelo direito de ir e vir é o primeiro passo.