terça-feira, 26 de agosto de 2014

Fundação Dorina Nowill participa da Bienal do Livro com visita guiada

Olá, tudo bem?
Hoje o post da semana trata de um assunto um pouco diferente e específico: o deficiente visual. A Fundação disponibilizará durante os 10 dias de Bienal voluntários para fazerem uma visita guiada com o público da feira que necessite de ajuda. Para quem quiser saber mais, segue um texto cujo tema é inclusão social e que também explica um pouco do trabalho da Fundação Dorina Nowill.
Segue o texto:
Às pessoas com deficiência visual
À sociedade
A Fundação Dorina Nowill para Cegos apoia o acesso universal à cultura e à informação para todos. A partir dessa premissa procura fazer sua parte com a produção e distribuição de materiais em formatos acessíveis que atendam as necessidades das pessoas com deficiência visual, missão fundamental da existência da instituição.
Isso acontece com a oferta de livros, revistas e materiais nos formatos acessíveis, apoiando novas tecnologias que venham abrir possibilidades para o acesso universal à informação, mantendo a produção do braille, bem como do audiolivro, de material em fonte ampliada e do digital acessível Daisy (Digital Accessible Information System). Incentivamos, ainda, a consolidação do formato EPUB 3, no qual as editoras poderão produzir diretamente livros acessíveis, aumentando as oportunidades de leitura para as pessoas com deficiência.

Nesse sentido, a Fundação Dorina atua como facilitadora na produção e distribuição de materiais que promovam o acesso à informação, cultura, lazer e entretenimento onde não existem. O trabalho é desenvolvido dentro das possibilidades da instituição e, sem dúvida, quanto mais livros em formato acessível o mercado editorial dispuser, melhor será para as pessoas com deficiência visual. Apoiamos o direito de todos que fazem parte da cadeia editorial, do autor ao leitor final, seja ele com ou sem deficiência, garantindo o direito de leitura, fazendo do livro um instrumento de todos, em todos os formatos acessíveis.
Também constitui atitude da Fundação Dorina buscar garantir a visibilidade e a predisposição favorável da sociedade à ideia da inclusão, por meio de diálogos construtivos e divulgação de campanhas que chamem a atenção para a causa. Por fim, a Fundação Dorina presta seu apoio e está de portas abertas às iniciativas factíveis e responsáveis daqueles que almejam o direito ao acesso ao livro, à informação e à cultura. "

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Acessibilidade e Cidadania

Olá boa noite, tudo bem pessoal?
Essa semana venho compartilhar com vocês mais um artigo muito interessante. E dessa vez o tema é acessibilidade e cidadania. Uma ótima leitura e ótima semana a todos!
O artigo segue abaixo:


Quantas vezes você se viu impedido de entrar em um cinema, show ou até mesmo em um ônibus? Se sua resposta não aparecer imediatamente, se você não lembra se já passou por tal constrangimento, você é um dos muitos brasileiros que não têm problemas de acessibilidade.

Mas não é difícil encontrar também quem responda: “já perdi as contas de quantas vezes não pude entrar em algum lugar”. As pessoas com deficiência vivem essa realidade da dificuldade de acesso praticamente todos os dias.

São milhões de brasileiros.

Segundo o IBGE, só no ano 2000, 14% de nossa população apresentavam algum tipo de deficiência. E por que essas pessoas se tornam invisíveis aos olhos de muitos administradores? Se nossos impostos são pagos para garantir, entre outros direitos, o de ir e vir, por que milhares de famílias ainda vivem a absurda falta de estruturas urbanas básicas?

Hoje, em algumas cidades do estado do Rio de Janeiro, existem rampas de acesso, estacionamento específico para portadores de deficiência, banheiros especiais e até direito ao transporte gratuito. Mesmo assim, as pessoas com deficiência não conseguem circular com facilidade.

Levando em consideração também a questão dos idosos, o quadro se torna mais dramático: sinais de trânsito com tempo reduzidíssimo para pedestres, prédios com escadas como único meio de acesso, calçadas esburacadas, etc.

Como presidente da RioUrbe, entre 2001 e início de 2005, pude perceber que em cada projeto de engenharia e arquitetura é possível dedicar uma parte da obra à acessibilidade.

A reflexão pode começar a ser feita por aqueles que não encontram maiores dificuldades em andar pelas cidades do estado do Rio de Janeiro. Olhe à sua volta. Veja se alguém com cadeira de rodas poderia passar por onde você está passando. Imagine como uma pessoa cega poderia atravessar sozinha a calçada que você acabou de atravessar.

Já estamos atrasados em olhar, pensar e cobrar de quem administra nossos impostos que empregue esse dinheiro em projetos que permitam a igualdade de acesso. Para isso, existe o conceito do “desenho universal”.

Criado por arquitetos, engenheiros, urbanistas e desenhistas industriais, a meu ver, é o mapa da mina para que ninguém fique fora de qualquer ambiente social e cultural. É um conceito, que prevê em qualquer ambiente, por menor que seja, um mínimo esforço físico, um uso simples e uma equiparação nas possibilidades de utilização.

É preciso pensar em direitos humanos como direitos de todos: das pessoas com deficiência, dos idosos, dos portadores de doenças sexualmente transmissíveis, dos índios, dos homossexuais... Só assim, nos aproximaremos dos princípios da verdadeira cidadania.

Jorge Fortes é engenheiro e foi presidente da Rio urbe entre 2001 e início de 2005. Também foi presidente da Rio luz. Como presidente da Rio urbe participou da realização de mais de 1.200 obras. É autor de idéias inovadoras, como o Cuca Fresca, aparelho que refresca a população do Rio de Janeiro com vapor d´água na orla da cidade. É de sua autoria também o modelo de escola padrão, como a escola Tia Ciata no centro do Rio.
Fonte - Artigos.com  
OBS: Na realidade, esse artigo trata somente do Rio de Janeiro, mas a deficiência deve ser tratada como um tópico global, em que toda a sociedade e o país devem estar inclusos!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Desbravador do Cerrado

Boa tarde,
Hoje venho compartilhar com vocês uma história bem interessante que li essa semana no blog " Assim Como Você " , do blogueiro e também cadeirante Jairo Marques. Segue o post:

Tenho mantras em prol do domínio do mundo pelo povão ‘malacabado’ que os leitores mais cativos deste espaço já sabem reproduzir logo aos primeiros “acordes”: em um país com as dimensões e problemas do Brasil, promover acessibilidade a partir de cidades pequenas pode surtir um resultado “maraviwonderful” e mais rápido.
Um outro é que, sem iniciativa e esperneios das próprias pessoas com deficiência – mesmo com dores, um bocadinho de humilhação (ui) e domínio do que são seus direitos- precisam sair às ruas, mostrar a cara e exigir inclusão.
Por essa razão, quando esbarro com histórias de gente que ostenta essas bandeiras com vigor e praticamente sem apoio, pois estão isoladas em confins do país e lutam praticamente sozinhas com seus cambitos finos, escutador de novela avariado ou não vendo um elefante passando a frente do nariz, vibro e faço questão de trazer aqui para o blog.
“Sou vendedor de kits escolares e percorro o interior do país dirigindo por cidades muito pequenas. Sou de Goiás, mas já devo ter rodado por todos os Estados do país dirigindo. Tenho distrofia muscular de cintura e devo ser o ‘exemplar’ com a doença que mais dirigiu neste pais.” :)

Viagens de Claudio pelos rincões do país
Quem faz essas jornadas todas é o cadeirante (que tem uma cadeira nem tão levinha e moderna) Claudio Roberto Cunha, 39, que enfrenta uma realidade que pouquíssimos “malacabados” teriam disposição, coragem e fôlego para enfrentar.
“Minha esposa me acompanha estrada afora. É companheira para tudo. Enfrento todas as dificuldades possíveis. Os hotéis em cidades muito pequenas não estão preparados para deficientes muito menos a estrutura urbana. No interior do Nordeste, já fui a localidades onde as ruas eram totalmente feitas de pedras. Nem eu acredito.”
Acessibilidade em hoteis é sempre um desafio Brasil afora
Não, não vejo o Claudio como um “exemplo”, vejo como um desbravador do Cerrado que vai abrindo caminhos, com seu esforço, para que outras pessoas possam sair de casa, possam ter direito ao espaço público e à cidade.
Alguém pode estar pensando: “Caraca, mas porque o cabra não escolheu algo mais tranquilo para tocar a vida?”
Penso que, muitas vezes, os rumos da gente não é somente uma questão de “escolha”. Outra: se ele tem talento para as vendas, se o que ele precisa fazer para cumprir suas metas exige esses desafios, bora seguir adiante, uai! A vida é mais dura para quem é muito mole, né, não?!
Exemplos de locais por onde o vendedor passou
“Trabalho com essas vendas ‘porta em porta’ há três anos. Rodo pelo menos 150 quilômetros por dia. Já percorri todas as cidades de Goiás, parte do Tocantins, do Maranhão, o Pará, a Bahia, São Paulo, Minas.
Penso que, nos grandes centros, a aceitação das pessoas com deficiência é maior, as pessoas estão mais acostumadas com a diversidade. No interior, há muito estranhamento quando veem um cadeirante trabalhando.”
Rampas em cidades interioranas ainda são artigos de luxo
O programa “viver sem limites”, do governo federal, dispõe de recursos para quaisquer administrações apresentem projetos de acessibilidade, bastando apresentar um projeto e cumprir trâmites burocráticos.Ponto importante que já reparei e comentei aqui no “ACV” é que há cidades que pegam a grana, enchem suas regiões centrais de rampas e vagas de estacionamento para deficientes e acham que ficaram grandes avanços. Não, é preciso planejar, discutir prioridade e, principalmente, ouvir o público mais atingido.
“Como trabalho diretamente com escolas, posso dizer que até existem algumas, no interiorzão, com acesso, mas várias ainda não possuem. Como já disse, hotéis são um problema. Já tive de procurar pouso em outra cidade, fora daquela que eu estava trabalhando, para conseguir usar um banheiro, dormir”.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Guie-se por suas emoções


Olá, tudo bem????
Hoje venho compartilhar com vocês um belo artigo da nossa deputada federal, Mara Gabrilli, em que ela nos convida a visitar alguns locais do primeiro " Guia de Acessibilidade Cultural, que foi criado pelo próprio IMG. ( Instituto Mara Gabrilli) e propõe também que, junto com ela, nós nos deixemos guiar pelas nossas emoções.
 Então, aí está o artigo:

Apaixonada por arte como sempre fui, deixo-me guiar em todas as suas manifestações: música, pintura, cinema, literatura, dança, teatro... Alimentar a alma de novas emoções e preencher a mente de novas ideias sempre foi para mim a melhor forma de estímulo para transformações internas e externas. Rir, chorar, cantar, observar ou, simplesmente, silenciar-se diante de um movimento são emoções que jamais serão subtraídas por uma deficiência. Para um bom apreciador, sensibilidade é o que basta...

Hoje, além de um público sedento por bons espetáculos e equipamentos culturais, já podemos contar com espaços projetados para atender a diversidade humana e oferecer recursos que aproximam cada vez mais pessoas com deficiência da arte e da cultura.

Uma pessoa cega, por exemplo, pode ser tocada por um belo filme, desde que possa contar com o auxílio da audiodescrição. O mesmo ocorre com um surdo que pode perfeitamente ler e sentir o diálogo que não pode ouvir com o uso da legenda closed caption.

Carregamos no coração o necessário para nos deixar tocar pela arte. Cabe aos estabelecimentos oferecerem acessibilidade para todas as pessoas, independente de suas condições físicas, sensoriais, intelectuais ou múltiplas – afinal, falamos de direitos preconizados por nossa legislação. Direitos que expandem horizontes e são capazes de trazer mais conhecimento, informação, percepção e cor para a vida de muita gente.

O material que você confere a seguir é uma prova de que estamos caminhando na direção de uma São Paulo mais colorida. Uma São Paulo diversificada cultural e socialmente.

Como vocês irão conferir, alguns lugares traçados no guia ainda marcham lentamente, outros estão bem à frente do esperado. Mas, o importante mesmo é que a mudança ocorra. E para isso, você, público – com ou sem deficiência – deve cumprir o papel de frequentador destes locais, contribuindo com a sua opinião para a melhoria das condições de espaço e serviço dos estabelecimentos.

Convide alguém com quem queira expandir seu mundo. Vá sozinho, acompanhado, forme grupos, divida seu conhecimento com outras pessoas. Conheça sua cidade. Conheça você e se redescubra a cada nova interação desta São Paulo multifacetada.
Por: Mara Gabrilli